Tenho a casa cheia de
visitas - destino
partilhado por muitas casas nestes dias de OviBeja – e ainda falta fechar a solta destas Columbinas
2016.
Ontem tivemos uma tarde bonita e serena na
biblioteca:a Cláudia Sousa com o seu Andersen e meia
dúzia de propostas simples dinamizadas pela prata da casa: aqui a inventar-se uma cidade, ali a carvoar um auto retrato,
além a pastelar um Miró ou a dançapintar com os pézinhos. Há bibliotecas com
sorte. Têm boa prata.
Ando inquieta , tenho insónias (nada como uma insónia para me fazer regressar a este " funcionária pública " tão abandonado ) e decidida a POETAR recusando a ser confundida com a mobília, que, como todos sabem, é o pior que pode acontecer a um funcionário público. POETAR interpelando um ninho, uma pomba, uma imagem, um texto, usando uma máquina de fazer poesia, lendo muita poesia, falando sobre as palavras e desenhando-as no ar .Percebe-se que este POETAR contrariamente ao que a palavra poderia sugerir de contemplativo, dá um trabalho do cão: aqui "poetando" nas escolas da cidade, ali "poetando" nas freguesias e para fecho, "poetando" no Papa Livros, "poetar" sozinhos ou acompanhados por Vergílio, Mésseder e isto sempre a pensar sobre. (pensar sobre é quase tão
inquietante como POETAR)
Porque "poeto" assim? Porque acredito cada vez mais no trabalho em torno da expressão do poética na vida. Creio na poesia como um instrumento poderoso na relação com o literário e com a essência;: a descoberta do nosso lugar no mundo. Da nossa voz no mundo. Imaginem um mundo onde todos tivesse voz.
Poetar é entre muitas outras
coisas um estado de alma. Uma coisa tão verdadeira e onde se aprende tanto
sobre a natureza humana que só isso paga o esforço e dilui o desalento das ausências de sentido. Quem tem o direito de desalentar quando sabe que o seu trabalho pode apoiar a descoberta dessa voz? Quem pode desalentar quando escuta ou
lê, escrito pelos miúdos, coisas fabulosas como esta?
“ Eu nunca
acordo sozinho. Estou sempre acompanhado pelos possíveis e impossíveis.”
Juno / Eb1
S.Maior-Beja
“Pode
parecer um coisa simples, um ninho, mas sagrado para quem o habita.”
Papa –
livros
“O sagrado
é qualquer coisa pequena de imenso valor. Um grão de areia.”
Papa –
livros.
“O que é uma visita?
Alguém que entra para nos surpreender.”
Papa – livros.
.
Coisa mais linda! Obrigado amiga! solta lá aí uma por mim e dá um abraço ao Nelson.
ResponderEliminarCristina, não és peça de mobiliário, mas uma preciosa relíquia... embutida de poesia! Obrigada por nos contagiares e valorizares o serviço público!
ResponderEliminarum beijinho,
Jacqueline