quinta-feira, 15 de abril de 2010

Já acreditei...

Já acreditei que por amar o próximo, seria amada pelo próximo.
Já acreditei que o meu trabalho honesto e empenhado, seria compensado pelos leitores e pelos poderes políticos. Não com mais salário, mas com a autonomia para criar, com recursos financeiros ajustados à importância vital do trabalho de formar leitores para LER O MUNDO.
Já acreditei que nunca teria de escrever estas coisas num blogue.

Hoje, resisto todos os dias para continuar a acreditar! Perguntarão porque? Como? Onde vai um funcionário público buscar esse alento?
Não falarei aqui de outra experiencia que não seja a minha e sei onde vou buscar o alento:
Quando vejo um pai e um filho sentados à volta de um livro.
Quando o sorriso de uma criança cigana, ao ler uma história de imagens , me alimenta a esperança de um dia, ser possivel, terminar com ciclo de exclusão que a pobreza - não a etnia - representa.
Quando um poema produzido por um menino de uma aldeia diz: "Eu não gosto quando o pai bate na mãe e ri"
Quando uma jovem estagiária me "chateia" todas as semanas para a ajudar.
Quando um docente me diz que o que lhe proponho, é simples de fazer com o seu grupo , porque eles têm uma grande autonomia leitora.
Quando um velho, de olhar húmido de saudade, responde orgulhoso ao meu pedido e me conta como foi...
É este o alento.

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